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A Melodia Analgésica: Como Nossa Música Favorita Alivia a Dor

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A Melodia Analgésica: Como Nossa Música Favorita Alivia a Dor

Recentemente, foi divulgado um inovador estudo na renomada revista científica Frontiers in Pain Research, enfatizando que a simples ação de ouvir a nossa música predileta pode ter um impacto significativo na redução da intensidade da dor. Enquanto análises anteriores já haviam sugerido esse potencial benéfico, o artigo em questão vai além, enfatizando a importância das respostas emocionais evocadas pela música no processo.

Os pesquisadores responsáveis pela investigação afirmam que a experiência musical favorita resultou em uma diminuição notável da intensidade da dor, aproximadamente um ponto em uma escala que varia de 0 a 10. Essa eficácia é comparável à de analgésicos tradicionais, destacando o impacto terapêutico da música no manejo da dor.

O estudo, conduzido com rigor científico, envolveu 63 participantes submetidos a um dispositivo especializado. Esse dispositivo aquece uma área específica do braço, simulando uma sensação semelhante à pressão de uma xícara de café quente contra a pele. Os resultados revelaram uma correlação notável entre a escolha musical pessoal e a atenuação da percepção da dor, indicando uma potencial aplicação prática dessas descobertas no campo da medicina e do bem-estar.

Durante a condução do experimento, os participantes foram expostos a uma variedade de estímulos auditivos, incluindo suas faixas musicais preferidas, composições relaxantes, ruídos aleatórios e períodos de silêncio. Ao longo do processo, enquanto a música ou o silêncio persistiam, os participantes foram solicitados a avaliar continuamente a intensidade da dor que experimentavam. Ao término do estudo, os participantes foram convidados a expressar suas avaliações não apenas em relação à dor, mas também em relação ao prazer proporcionado pela música e à quantidade de “arrepios” que experimentaram durante as diferentes condições sonoras.

Os resultados obtidos revelam um impacto considerável da escolha musical na percepção da dor. Quando expostos às suas músicas favoritas, os participantes classificaram a intensidade da dor significativamente menor, com uma redução de aproximadamente quatro pontos em uma escala de 100 pontos. Além disso, a avaliação do desconforto associado à dor diminuiu em cerca de nove pontos em comparação com os períodos de silêncio ou exposição a ruídos. Notavelmente, a música relaxante não demonstrou produzir o mesmo efeito positivo observado com as faixas musicais favoritas.

Esses achados destacam a influência específica da preferência musical na modulação da experiência dolorosa, sublinhando a complexidade das respostas emocionais e sensoriais desencadeadas pela música. O estudo não apenas fornece insights valiosos sobre a relação entre música e dor, mas também destaca a necessidade de considerar fatores individuais, como preferências musicais, ao explorar intervenções terapêuticas no contexto da gestão da dor.

Além disso, os pesquisadores observaram uma correlação intrigante entre a música que induzia mais “arrepios” e a diminuição concomitante na intensidade percebida da dor e desconforto, refletida em pontuações mais baixas. Essa descoberta adiciona uma camada adicional de complexidade à relação entre música e resposta à dor, sugerindo que a experiência de arrepios pode desempenhar um papel crucial na modulação da percepção do desconforto físico.

Música diminui a dor

No ano de 2022, cientistas realizaram uma descoberta crucial ao destacar a capacidade da música de reduzir a percepção da dor, atribuindo esse fenômeno a uma conexão específica entre o córtex auditivo e o centro de processamento da dor no cérebro. A pesquisa envolveu a utilização de camundongos, nos quais os cientistas introduziram uma substância rastreável no córtex auditivo. Esse procedimento revelou uma rota direta entre o córtex auditivo e o tálamo, uma estação neural responsável pelo processamento de sinais sensoriais, incluindo dor, paladar e som.

A análise indicou que, ao ouvir música, havia um aumento presumido na comunicação neural entre o córtex auditivo e o tálamo. Surpreendentemente, quando a música era reproduzida em baixo volume, essa conexão neural cessava, interrompendo a transmissão de informações. Para validar o papel essencial desse circuito neural na redução da dor, os pesquisadores realizaram experimentos nos quais bloquearam essa via específica. Como resultado, os roedores demonstraram uma redução significativa na sensação de dor, evidenciando a importância direta dessa rota neurobiológica na modulação da percepção dolorosa.

Essa pesquisa não apenas lança luz sobre os mecanismos neurobiológicos subjacentes ao efeito analgésico da música, mas também destaca a complexidade das interações entre o sistema auditivo e o processamento da dor no cérebro. A compreensão mais profunda desses mecanismos abre portas para futuras investigações e potenciais aplicações clínicas, oferecendo insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas inovadoras no campo do manejo da dor.

Os benefícios da música

Para além da notável capacidade de redução da intensidade da dor, a música demonstra uma ampla gama de benefícios multifacetados. Em 2022, uma pesquisa conduzida pela University of Toronto e pela University of Cambridge destacou que a música pode desempenhar um papel benéfico significativo para pacientes diagnosticados com a doença de Alzheimer, contribuindo para a melhoria da adaptabilidade cerebral. Este achado ressalta não apenas o potencial terapêutico da música, mas também sua influência positiva na saúde neurológica, especialmente em contextos relacionados a condições neurodegenerativas.

Além disso, evidências provenientes de um estudo realizado pela University of Edinburgh, no Reino Unido, revelaram que a prática musical durante a infância pode resultar em benefícios duradouros para a condição cognitiva na velhice. Essa descoberta sugere que a exposição e envolvimento precoces com a música podem ter efeitos benéficos de longo prazo no desenvolvimento e manutenção das funções cognitivas, destacando a importância de iniciativas que promovam a educação musical desde os primeiros anos de vida.

Essas pesquisas coletivas reforçam a ideia de que a música transcende seu papel como simples entretenimento, emergindo como uma ferramenta valiosa para a promoção da saúde cerebral e emocional ao longo de diferentes fases da vida. Elas inspiram uma compreensão mais profunda sobre como a música pode ser integrada em estratégias de cuidado e educação para otimizar o bem-estar cognitivo e emocional em diversas populações.

Leia a pesquisa completa: Emotional responses to favorite and relaxing music predict music-induced hypoalgesia

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