Resenha com spoilers de Bulgasal: Almas Imortais (2021), série sul-coreana de ação e sobrenatural

Bulgasal: Almas Imortais (2021) emerge como uma fascinante incursão no mundo do sobrenatural e da ação, apresentando-se como uma série sul-coreana que cativa e desafia os limites convencionais do gênero. Com uma trama envolvente e repleta de reviravoltas,conduz o espectador por um universo onde a linha entre vida e morte se desvanece, dando espaço a uma exploração única sobre a imortalidade e as consequências inesperadas que ela acarreta. A produção nos apresenta Dan Hwal, ex-militar que sofre uma maldição que rouba sua alma e o obriga a vagar pela terra como um ser imortal. Ambientada em um cenário místico, a série destaca-se também pela riqueza visual e performances envolventes do elenco.

Ficha técnica

Ano: 2021
Gêneros: Drama, Fantasia, Suspense
Título original : Bulgasal
Criado por Kwon So-Ra, Seo Jae-Won
Elenco: Jin-wook Lee, Nara, Joon Lee
Nacionalidade Coréia do Sul
Disponível na plataforma de streaming Netflix

Sinopse:

Amaldiçoado desde o dia em que nasceu, um imortal é movido pelo desejo de recuperar sua alma e finalmente se vingar depois de 600 anos.
Netflix

Enredo

Bulgasal: Almas Imortais é uma cativante série sul-coreana que mergulha profundamente na narrativa envolvente de Dan Hwal, um ex-militar afligido por uma formidável maldição que não apenas lhe rouba a alma, mas o condena a uma existência eterna vagando pela terra. Bom, em primeiro lugar, precisamos “começar do começo”. A série mostra desde a infância sofrida de Dan Hwal até séculos após a sua maldição. Sim, a série tem uma história longa para contar.

Quando Dan Hwal ainda era uma criança pequena, não demorou para que uma profeta (Park Myung-shin) falar que o garoto era um amaldiçoado pelo ódio do Bulgasal e mais um monte de coisas cruéis que se pode imaginar. Como a sua mãe morreu no parto, piorou muito o ódio da população contra o garoto. Aquilo fez com que até mesmo seu pai o abandonasse – literalmente preferindo bebida alcóolica. Só um homem que não se importava com as histórias e cuidava do garoto.

Em um determinado dia, o seu povo resolveu que deveria matá-lo para que não fossem atacados pelo Bulgasal, que demoramos a compreender o que é exatamente. Só sabemos que Dan Hwal precisou ser salvo por um militar, que por coinscidência estava passando na região com a sua tropa. Agora, com um militar o levando para casa e lhe dando um novo ofício, Hwal cresce tendo uma família. E quando ele se torna um jovem militar, vemos que uma de suas especializações é matar monstros.

Nos primeiros episódios, vemos Hwal matando os mais distintos monstros possíveis – alguns, que pareciam se basear em lendas famosas, como por exemplo em bruxas malvadas e poderosas. Além disso, nós vemos Hwal casou-se e teve filhos, mas era odiado pela própria esposa e seu filho nasceu cego. Hwal acreditava que o filho era cego por, supostamente, ele ter sido amaldiçoado pelo Bulgasal.

Para piorar toda a situação, um dia ele vê toda a sua família morta – incluindo o pai adotivo. A primeira pessoa que ele vê na sua frente? A mulher que ele sabia ser uma Bulgasal. Nisso, Hwal a mata, mas acaba ele próprio se transformando em um Bulgasal também. Ao longo de 600 anos, ele enfrenta um percurso desprovido de direção, empenhando-se incansavelmente para recuperar sua essência perdida e almejando vingança contra aquela mulher responsável por sua condição desoladora. Hwal tentava achar todas as reencarnações da tal Bulgasal, mas muitas vezes ela era morta antes – geralmente morta pelos monstros que reencarnaram como humanos e também ansiavam por vingança. Graças ao fato da garota ter pego a alma de Hwal, eles sentiam como se fosse a garota que tivesse matado todos eles, mas, conforme já vimos, quem os assassinava era o Dan Hwal. Aqui, começa toda uma saga complicada….

No presente, a trama toma um rumo intrigante quando Dan Hwal cruza o caminho de Min Sang-Woon, uma mulher que, assim como ele, experimentou a transição entre a imortalidade e a humanidade: era a própria Bulgasal de quem ele desejava se vingar. E há várias ironias na história dela. Em primeiro lugar, ela tinha uma irmã gêmea que se lembrava de todos os problemas do passado, mas nunca deu tempo de explicar tudo para ela antes de sua morte. Graças ao assassinato de sua mãe e irmã gêmea, a garota precisou passar sua adolescência e início da fase adulta se escondendo, por medo de aparecer um Bulgasal, os tais seres que a gêmea já culpava por todos os seus problemas. Em segundo ponto, Min Sang-Woon tinha uma irmã mais nova, por quem ficou responsável, era justamente a reencarnação da esposa do Dan Hwal. Foi uma das coisas que fez Hwal adiar um pouco sua vingança. Por que ironias do destino havia ocorrido aquilo?

Outro problema surge: Ok Eul Tae (Lee Joon). Ele está extremamente preocupado em culpar Min Sang-Woon por todos os seus problemas e trazer Hwal para seu lado, em uma estranha obsessão. Contudo, não demorou para verem que Ok Eul Tae parecia um mentiroso compulsivo. Nunca explicava as coisas apropriadamente – quando explicava, era alguma mentira nova. Hwal acabou preferindo lidar com Ok Eul Tae antes de lidar com sua vingança contra Min Sang-Woon – aliás, ele se aliou a garota e acabou protegendo até mesmo a sua irmã.

Outra ironia. Sabe a tal profeta? Hwal acabou criando como filha “porque precisamos manter nossos inimigos próximos da gente”, mas acabou se afeiçoando à mulher. Ainda mais que ela sequer se lembrava das reencarnações passadas e, agora, ela é uma pessoa extremamente trabalhadora, esforçada e carinhosa. Depois, enquanto contratava detetives para lhe ajudarem, acabou encontrando um detetive, o Dan Geuk (Jeong Jin-yeong), que é a encarnação do seu pai adotivo.

Mais uma ironia é que Ok Eul Tae estava usando um rapaz de aproximadamente 17 anos de idade, chamado Nam Do-yoon (Kim Woo-seok), com todos os discursos abusivos contra o garoto, para que ele espionasse Hwal. Ok Eul Tae usava o irmão doente do Nam Do-yoon, que estava internado no hospital, para arquitetar os discuros. “Huuuur, vocês me devem muito, então descobre as coisas para mim”. O rapaz acabou ficando do lado do Hwal e sua família, com o passar do tempo, pois sentia que era amado de verdade pela família dele. E era bem previsivel, antes mesmo de Hwal notar: Nam Do-yoon era o filhinho cego dele, de 600 anos atrás.

Essa convergência de destinos os leva a forjar uma conexão profunda, proporcionando um elemento adicional à complexidade da história. A interação entre esses Hwal, Min Sang-Woon e Ok Eul Tae desencadeia uma série de eventos que ampliam ainda mais os horizontes da trama, explorando temas como sofrimento, redenção, amor (não necessariamente romântico e sim amor de família) e a busca pela própria identidade.

Realmente compensa assistir Bulgasal: Almas Imortais?

Bulgasal: Almas Imortais brilha como uma pérola na vasta oferta de séries contemporâneas, proporcionando uma experiência envolvente e memorável. A trama intricada e bem elaborada mantém os espectadores à beira de seus assentos, enquanto a fusão de elementos sobrenaturais e ação cria uma narrativa emocionante e imprevisível. A qualidade da produção não se limita apenas à história, com cenários visualmente deslumbrantes e uma direção que eleva a atmosfera mística da narrativa. O elenco entrega performances notáveis, transmitindo com maestria a complexidade de seus personagens.