Mandala de Fogo

Resenha do mangá Mandala de Fogo, de Chie Shimomoto

Hasegawa Touhaku, um renomado artista japonês, possuía um talento extraordinário que lhe permitiu transitar sem esforço entre a criação de magníficas obras-primas adornadas com painéis folheados a ouro e a captura da essência da serenidade através da tinta no papel. Hoje, as suas criações excepcionais, incluindo inúmeras peças designadas como Tesouros Nacionais, continuam a ser expostas em templos e museus, preservando o seu legado artístico para que todos possam admirar. O mangá Mandala de Fogo, que se inspira na vida e obra de Hasegawa Touhaku, recebeu seu lançamento no Brasil no final de 2023 – e adquiri essa obra sensacional assim que tive oportunidade. Hoje, trago a sua resenha!

Mandala de Fogo

Ficha técnica

Obra de Chie Shimomoto
Série publicada originalmente no Japão entre 2015 e 2016 na revista Comic Ran Twins: Sengoku Bushou Retsuden
Editora original: Leed
Lançado no Brasil em volume único
Editora Pipoca & Nanquim
Data da publicação no Brasil: 4 de outubro de 2023
236 páginas

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Enredo do mangá

Mandala de Fogo

Nas páginas deste mangá, Chie Shimomoto retrata habilmente a intensa paixão e sacrifícios que impulsionaram Touhaku de um estado de desilusão na meia-idade, onde seu entusiasmo diminuiu devido à falta de reconhecimento e trabalho relevante, até o momento crucial de sua carreira, que ironicamente coincidiu com a época da morte de Oda Nobunaga (1534 – 1582). Oda Nobunaga foi um grande daimyo do período Sengoku da história japonesa, famoso como o grande conquistador do Japão. Ele é uma lenda, com suas histórias contadas até os dias atuais e inspirando jogos eletrônicos, livros, animes e mangás e muito mais.

O que interessa aqui é o seguinte fato: no castelo deste lendário conquistador, havia uma pintura de um outro artista icônico japonês – e era uma pintura famosa, mas que nem todos possuíam oportunidade de ver. Contudo, em meio ao incêndio do castelo de Oda Nobunaga, a arte estava sendo destruída, sendo que sempre foi o sonho de Touhaku ver tal obra. Em um estado de euforia, Touhaku entra no castelo em chamas só para ver tal arte.

Este evento acendeu o cenário político, fundindo arte e budismo, acendendo a centelha inicial da filosofia estética que celebrava a beleza na simplicidade e na imperfeição (agora conhecida como wabi-sabi) e alimentando as chamas das rivalidades. No final das contas, a jornada de Touhaku o levou ao auge de sua carreira, onde seu legado seria imortalizado. Esse legado é expresso no mangá, com um toque de suas relações interpessoais. O mangá trás brevemente sobre sua família, amigos e discipulos.

Aqui estou porque gostaria de expressar minha admiração pela bela obra que é Mandala de Fogo, inspirada na vida do renomado artista japonês Hasegawa Touhaku. A escolha de retratar a vida deste artista tão significativo na história da arte é, por si só, uma decisão admirável.

A arte do mangá é verdadeiramente deslumbrante, destacando-se como uma das mais belas que já tive o prazer de apreciar. A habilidade de Chie Shimomoto em capturar a essência do estilo artístico de Hasegawa Touhaku é notável, proporcionando uma experiência visualmente encantadora.

No entanto, ao refletir sobre a leitura, percebo que alguns detalhes importantes da vida do artista foram abordados de maneira rápida demais. Senti que a obra poderia ter sido um pouco mais extensa para explorar mais profundamente a rica história de Hasegawa Touhaku. Alguns aspectos pareceram passar um tanto corridos, deixando-me com o desejo de uma exploração mais aprofundada de certos eventos e momentos-chave. 236 páginas parecem ter sido pouco suficientes. Sim, para mim, o problema é que o mangá acaba rápido demais e eu gostaria de muito mais!

Apesar desse pequeno ponto, é inegável que ‘Mandala de Fogo’ brilha como uma obra de arte em si mesma. A atenção aos detalhes na representação visual é extraordinária, e a paixão da autora pela história de Hasegawa Touhaku transparece em cada página. Certamente, este mangá permanecerá como uma das experiências mais visuais e esteticamente agradáveis que já tive. Agradeço a Chie Shimomoto por isto.

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